terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Certa vez fui à casa da Frida Kahlo, onde ela morou anos e anos com o Diego (Coyacan- Mexico). Eles moravam próximos a minha escola e vez por outra ao sair do colégio passava por lá e ficava horas e horas lendo as cartas da Frida... uma casa amarela, linda,cheia de plantas, e cacarecos . Eu adorava ficar por ali, atrás da casa tinha um café, uma energia tranqüila e daí passei a admira- La (quem entra no meu quarto vê por todos os lados fotografias dela rs)... Para se entender as pinturas de Frida Kalho é necessário conhecer a sua vida.
Frida Nasceu no México Sua vida sempre foi marcada por grandes tragédias; aos seis anos contraiu poliomielite, o que a deixou coxa. Já havia superado essa deficiência quando teve o acidente de autocarro. Ela sofreu múltiplas fraturas e uma barra de ferro atravessou-a entrando pela bacia e saindo pela vagina. Por causa deste último fez várias cirurgias e ficou muito tempo presa numa cama.
Começou a pintar durante a convalescença, quando a mãe pendurou um espelho em cima da sua cama. Frida sempre pintou a si mesma: "Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor". Suas angustias, suas vivências, seus medos e principalmente o seu amor pelo marido Diego Rivera.
A sua vida com o marido sempre foi bastante tumultuada. Diego tinha muitas amantes e Frida não ficava atrás, compensava as traições do marido com amantes de ambos os sexos. A maior dor de Frida foi a impossibilidade de ter filhos (embora tenha engravidado mais de uma vez, as seqüelas do acidente impossibilitaram-na de levar uma gestação até o final), o que ficou claro em muitos dos seus quadros.
Os seus quadros refletiam o momento pelo qual passava e, embora fossem bastante "fortes", não eram surrealistas: "Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade". Frida contraiu uma pneumonia e morreu em 1954 de embolia pulmonar, mas no seu diário a última frase causa dúvidas: "Espero alegremente a saída - e espero nunca mais voltar - Frida". Talvez Frida não suportasse mais. Por isso, vejo de enorme importância que a sua vida como ser - humano, como mulher, seja do conhecimento de todos. De todos os que sentem a derrota, a vida , o amor, pintando da maneira que melhor conseguem a própria realidade.
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